quinta-feira, 2 de julho de 2020

O que um pobretão, agora experiente, espera da vida?

O relacionamento de um pobretão experiente com uma civil

Durante a primeira parte da nossa vida, ou seja, do período em que nascemos até os 25 ou 30 anos, nossa vida consiste em um desejo constante pela felicidade. Depositamos todas as nossas fichas em um futuro em que deixaremos a existência de pobretão, beta, lixoso para obter algo maior, tal como nos livrar do trabalho ao atingir a IF e, finalmente, aproveitar os prazeres sexuais com LCRs. Para isso, vivemos esses primeiros 30 anos da maneira mais frugal possível, trabalhando ao máximo para que possamos atingir nossos objetivos.

Contudo, quando se chega na outra metade, quando passamos dos 30 anos (o que aconteceu comigo já há algum tempo), nos deparamos com um sentimento completamente distinto daquele que nos moveu desde o início de tudo. Todas as nossas aspirações (chegar à IF, estar acompanhado de uma loira gostosa, realizar viagens, sair do trabalho, etc.) deixam de existir. Isso ocorre porque nos confrontamos com a realidade violenta: toda a felicidade projetada não passa de pura ilusão, apenas o sofrimento é real.

Se você nasceu pobre, beta e feio, ESQUEÇA!!!!! Não há solução para o seu caso, você jamais conseguirá ter uma vida parecida com a de um playboy. Por mais que você se esforce, jamais conseguirá status, dinheiro e poder suficientes. "Ah Pobretão, mas o Neymerda era um beta feioso  hurrrr durrrrr", "huurrr durrrrr mas eu conheço um chimpa hurrrr durr". Preste bem atenção, no mundo existem exceções. Esses casos não são a regra do JPBF, não tenha esperança de mudança, ainda mais no Bostil.

Então, se não há esperança, o que fazer? Bem, conforme envelhecemos, nossos desejos se extinguem naturalmente à medida em que os objetos dos nossos anseios se tornam indiferentes. Por exemplo, com o passar do tempo só comendo GPs, nossa necessidade por LCRs civis diminui constantemente até desaparecer. Da mesma forma, nosso poder de imaginação fica mais fraco, as nossas paixões já não se aderem, o tempo passa cada vez mais depressa, os fatos da vida perdem a importância, tudo fica cinzento.

Acabamos por aceitar a realidade como ela é, acordamos dos sonhos da juventude. Ao fazer isso, concluímos que este mundo é obra de sorte, governado pela aleatoriedade. Portanto, caro JPBF, aceite que a vida é uma mentira constante. Suas ações devem se pautar sempre no prazer ínfimo que puder obter ou na eliminação da dor. Por isso, se uma vileira lhe chamar para sair, fuja; se uma mãe solteira lhe propor casamento, rejeite; se um "amigo" lhe convidar para a balada, não vá.

Lembre-se  que a felicidade do JPBF está sempre no passado ou no futuro, o presente é como uma nuvem cinzenta em um dia ensolarado: somente à frente ou atrás dela é que o dia é brilhante. Debaixo da nuvem, há somente a sombra.

Forte abraço!

8 comentários:

  1. Rapaz, profundo e desencorajador hahaha.

    Confesso que não entendi muito a parte de "não aproveita o presente", mas peguei a ideia da perda de essência na vida.

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    1. Os JPBFs não podem aproveitar o presente, pois não têm nada que possibilite isso (sem dinheiro, sem mulher, sem hobbies, etc). Por isso, o presente do JPBF é sonhar com um futuro melhor ou relembrar alegrias do passado, normalmente da infância.

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  2. Sintetizou bem o passado, presente e futuro de um JPBF.

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  3. "os deparamos com um sentimento completamente distinto daquele que nos moveu desde o início de tudo. Todas as nossas aspirações (chegar à IF, estar acompanhado de uma loira gostosa, realizar viagens, sair do trabalho, etc.) deixam de existir. Isso ocorre porque nos confrontamos com a realidade violenta: toda a felicidade projetada não passa de pura ilusão, apenas o sofrimento é real."
    Quanto mais envelheço mais sinto isso, portanto ainda estou me desenvolvendo e fazendo o que está possível dentro das minhas possibilidades, utilizando as cartas que foram me dadas.

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  4. Super Pobretão, estou lendo todos os seus posts. Comecei por este.

    Mais uma vez, congratulo pelo texto. Faz com que nós reflitamos sobre a vida. Sou casado, uma condição de vida bastante confortável, frente à maioria dos brasileiros, mas como você disse, felicidade é algo muito difícil de se alcançar.

    Você pode ter lapsos de felicidade, mas, ela, plena e perpétua é um Santo Graal impossível de se alcançar. Era infeliz quando solteiro e continuo infeliz, já casado. Era infeliz aos 20 anos e continuo infeliz aos 43.

    E quem está na jornada busca da liberdade financeira, não deve crer que uma vez alcançada, todos os seus problemas automaticamente estarão resolvidos. Ledo engano. Dinheiro pode lhe trazer liberdade que em, última instância, pode lhe dar alguma sensação de felicidade.

    Mas ela é transitória. É mais fácil ser feliz, em minha modesta opinião, quando você possui paz interior. Quando você a conquista, coisas banais, sem sentido aparente, podem lhe render "momentos" felizes. O imenso desafio é atingir esta paz que não pressupõe, necessariamente, patrimônio robusto.

    Vamos dialogando.

    Abraço.

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  5. Eu tava com suadades desses textos fatalistas, leio o blog desde o inicio.

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